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Recaíu, e agora?

Foto do escritor: Alfredo LhullierAlfredo Lhullier

Bem sabido é que o evento mais temido, uma vez obtida a suspensão do uso de substâncias, na dependência química, é a recaída, ou seja, a volta ao consumo nos padrões anteriores, ou pior. Justamente temida, já que na maioria das vezes a abstinência é lograda às custas de sacrifício e sofrimento, que sempre vale a pena, mas que exige do usuário e de seus familiares um firme compromisso com o objetivo de recuperação. Pois com frequência acontece daquele usuário retomar o consumo, a despeito de quão bem esteja se sentindo, e quanto lhe tenha custado chegar a este estágio. Em geral, nestes casos, o sentimento de impotência é muito grande tanto nos familiares, como no próprio dependente, que acaba desenvolvendo reações de defesa à raiva e frustração que os demais manifestam. Porque isso acontece? Não é difícil identificar a causa da frustração, que parte via de regra de expectativas exageradas, ou inadequadas, resultado do desconhecimento da doença e seu curso. Dependência, de substância ou de comportamento, como o jogo - virtual ou físico - é doença. Tem seu curso próprio, que pode ser algo diferente em cada indivíduo, mas com características e eventos comuns a todos. Estas expectativas inadequadas se revelam por exemplo, quando se expressa um familiar ou o proprio usuário: “- se não for agora, largamos de mão…”; “- é a última vez que vamos ajudar”; estão assumindo um desejo, compreensível, mas que não se apóia no que sabemos das dependências: a recaída é sempre uma possibilidade a evitar, e sempre ativamente. Confiar demais nos sentimentos e sensações da sobriedade é como parar um carro numa rampa e deixá-lo destravado, mais cedo ou mais tarde vai descer… se não for parado por algum obstáculo. E agora? Recaíu, descobrimos! O que fazer? Sinto se a resposta decepciona, mas é o óbvio: parar novamente o quanto antes, e aprender para prevenir situações em que o risco está presente, até que não recaia mais. Na busca deste objetivo a terapia “Prevenção de Recaída” (Marlatt e Donovan) pode ajudar decisivamente.

 
 
 

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