O que fazer quando quem tem problemas com álcool e drogas não quer ser ajudado

Freqüentemente o usuário se nega a buscar uma ajuda especializada. Ainda que os problemas possam ser diferentes dependendo do tipo de droga, algumas atitudes podem ser trabalhadas, podendo resultar numa mudança de conduta. É preciso paciência; o sentimento de traição é muito forte, e atrapalha muito, pois impossibilita ajudar. O usuário vai mentir muitas vezes para usar substâncias porque precisa da oportunidade, conseguir dinheiro, etc... As mentiras são um sintoma da doença, um recurso para conseguir usar, e em geral, não é por intenção de enganar, mas por pressão da demanda por drogas ou álcool. Entender isso diminui a raiva por estar sendo enganado. Outro passo é entender a intensidade deste desejo. Este mesmo “querer” que leva à recaída, a voltar a hábitos destrutivos, e ao uso desenfreado. É preciso buscar se informar sobre essa doença, como ela assume o controle do cérebro, e como ela busca se manter, ativamente, “seqüestrando” os sistemas mais poderosos do cérebro: a busca de recompensa e a motivação, e outro não menos importante, de vigilância e ansiedade. Devemos então localizar onde buscar apoio profissional, pois assim que conseguirmos que aceite ajuda, temos que encontrá-la antes que essa disposição se desfaça. Um profissional que gerencie esta busca pode ser de grande valia. Por fim temos as conversas “mobilizadoras”, voltadas preferencialmente ao incentivo positivo, mais do que às críticas ou perigos do uso; sem demasiada insistência para não gerar o efeito contrário. Normalmente isso faz parte da terapia, que deve ser realizada por um profissional treinado em dependência química, mas podemos fazer algo? Com paciência podemos, sim. É esperar o momento e sugerir, observar, ajudar a se dar conta. Se houver muita resistência, o melhor é não insistir e esperar o momento propício.